A icterícia é um sintoma comum entre os recém-nascidos. Você já ouviu falar sobre icterícia? E sobre amarelão? Pois bem, são duas formas de se falar a mesma coisa. Cerca de 60% dos recém nascidos apresentam icterícia, por isso é importante saber o que é e como tratar.
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O diagnóstico é feito pela avaliação da cor da pele e da mucosa dos bebês. A pele fica amarelada e a parte branca dos olhos também, daí o nome icterícia ou amarelão. Isto ocorre devido a uma substância chamada bilirrubina, quando se encontra em concentrações altas na corrente sanguínea.
Geralmente a intensidade da cor amarela é mais forte na cabeça e no tronco, diminuindo após a cintura. Para sabermos qual é o valor da bilirrubina no sangue são realizados alguns exames. Pode-se dosar a bilirrubina diretamente no sangue, ou atualmente existem aparelhos para que esta leitura seja feita na pele. O aparelho se chama bilirrubinômetro.
Segundo o Doutor Marcos Petrini, do Hospital Santa Cruz “No berçário da maternidade do Hospital Santa Cruz usamos o da marca Bilicheck. Isto evita picar o bebê para coleta de sangue e agiliza o atendimento, porque o resultado do exame é imediato, e é tão fiel quanto o exame de sangue”.
A icterícia é uma doença considerada patológica quando ocorre de forma acentuada dentro das primeiras 24 horas de vida. Ocorre por vários fatores, o mais comum é o rompimento das células vermelhas (hemáceas) de forma muita rápida, o que libera muita bilirrubina na circulação.
É comum nos casos de incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê. Se nesta fase os níveis de bilirrubina no sangue forem muito elevados, há risco de impregnação do sistema nervoso central e causar lesões graves que cursam com retardo mental irreversível como: surdez, alteração da formação dentária e convulsões. Essa doença chama-se Kernicterus. O doutor Petrini explica que para evitar que isso ocorra “é feito um procedimento chamado de exosangüíneo transfusão (troca-se o sangue do bebê, por sangue de banco de sangue) e coloca-se o recém nascido em banho de luz (fototerapia)”.
Após as 24 horas de vida a maior parte dos casos de icterícia ocorre porque o fígado dos recém nascidos neste período tem dificuldade para captar, conjugar (metabolizar) e secretar a bilirrubina produzida no organismo. Por isso quando o bebê fica amarelo após essas 24 horas, a icterícia é chamada de fisiológica e geralmente não acarreta riscos à sua saúde.
O tratamento é feito expondo o recém nascido à radiação ultravioleta (fototerapia). Antigamente eram usadas lâmpadas de luz fria onde o bebê ficava exposto sem roupa e, somente com proteção ocular para a luz. Hoje quando há indicação, usam-se aparelhos de fototerapia com produção de luz ultravioleta específica para reagir com bilirrubina da pele, sem que haja produção de calor excessivo. “No HSC usamos este tipo de aparelho e ele chama-se Biliberço.
O bebê fica exposto à radiação ultravioleta de alta intensidade, mais adequada que os berços comuns. Com isso, o tempo de fototerapia fica reduzido”, cometa Petrini. O tratamento na maioria dos casos dura em torno de 24-36 horas de exposição à luz. É realizado no quarto, com o acompanhamento dos pais e o bebê pode mamar normalmente nos seus horários habituais. É importante lembrar que geralmente não deixa seqüelas, exceto nos casos não tratados nas primeiras 24 horas de vida.